Desde 2019 foram evidenciados casos clínicos nos EUA (Estados Unidos) de jovens que inalavam cigarro eletrônico através de dispositivos e tiveram complicações respiratórias graves. Desde então, a comunidade científica ficou extremamente preocupada e novos trabalhos se aprofundaram no assunto.
Segundo informações fornecidas pela indústria do cigarro, como os vaporizadores não apresentam tabaco em combustão, eles teriam menos substâncias tóxicas e seriam inofensivos. Esse elemento associado à pluralidade de flavorizantes (como mentol, kiwi, maçã, ervas, por exemplo) conseguiram aumentar o consumo de cigarros eletrônicos em adolescentes.
Nos EUA, um estudo avaliou o consumo regular de vaporizadores, e os resultados mostram que saltamos de 5% em 2019 para alarmantes 25% em 2021.
Neste texto irei descrever as discussões centrais dos elementos que mais estão sendo questionados por fumantes e por cientistas. Veja a seguir:
Sim, o cigarro convencional apresenta mais de 40.000 substâncias tóxicas e pelo menos 70 delas sabidamente cancerígenas. O cigarro eletrônico, por ora, não apresenta todos esses elementos.
Não. Apesar de a indústria do tabaco levantar este ponto, os estudos que tentaram validar essa ferramenta como cessação de tabagismo são pequenos e conflitantes. Além disso, não há estudos de segurança com esses dispositivos que indiquem que a inalação dos vapores seja uma prática segura a longo prazo.
Apesar de os diferentes tipos de produtos serem apelativos do ponto de vista comercial, nenhum deles mostra resultado de segurança à saúde respiratória e cardiovascular. Assim, a comunidade científica engloba todos esses elementos como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).
A curto prazo, os cigarros eletrônicos podem causar uma pneumonia tóxica (inflamatória), que tem início a partir de 6 dias após a primeira inalação dessas substâncias. Segundo os trabalhos científicos, os adolescentes apresentavam febre, diarreia e falta de ar; além de necessitarem ir ao hospital. Há inúmeros casos de morte nesses trabalhos. São muitas substâncias as quais acredita-se serem responsáveis por essa toxicidade, mas as mais importantes incluem o acetato de vitamina E, propilenoglicol, derivados de THS e flavorizante de menta.
A longo prazo, muitas substâncias cancerígenas já conhecidas foram identificadas no cigarro eletrônico. Logo, a associação de cigarros eletrônicos e câncer de pulmão, boca e laringe é tida como certa.
Além disso, a nicotina está presente em grande quantidade, e é a substância responsável por causar sintomas de tolerância, fissuras e abstinência. Esses sintomas não somente levam os usuários a perpetuar o consumo do cigarro eletrônico, como podem servir como ponte para o cigarro convencional.
Trata-se de um dispositivo portátil que aquece um reservatório com líquido através de uma resistência, carregado a pilha ou bateria, de forma a produzir um vapor de água. Neste líquido, são adicionadas substâncias para dar sabor (flavorizantes), nicotina, e drogas dentro de outros produtos.
Não, a comunidade científica está extremamente cética de que esses tipos de dispositivos podem ser consumidos de forma segura.
Segundo a resolução Número 46/2009 da Diretoria Colegiada da ANVISA, é proibida a comercialização, importação e propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar. Assim, todos os cigarros eletrônicos no Brasil vêm do mercado negro.
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