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A saúde do pulmão e o amianto

A saúde do pulmão e o amianto

O amianto (ou asbesto) é uma entidade química que engloba sais de silicato de magnésio hidratado.

Ele foi banido no Brasil e no mundo desde as décadas de 70 e 80, devido a relação com patologias pulmonares.

Porém, como muitas doenças apresentam manifestações muito tempo após a exposição, vale mantermos a vigilância sobre essas enfermidades.

O mesotelioma, câncer do epitélio que recobre os pulmões, está intimamente relacionado com a exposição ao asbesto, e tipicamente se manifesta 30 a 40 anos após o trabalho. 

Reveja neste post as principais enfermidades relacionadas ao amianto!

Quais são os principais trabalhos com exposição ao amianto?

O amianto é um conjunto de fibras, cujas suas principais características são a resistência e suas propriedades antitérmicas.

Assim, ele é utilizado em:

  • indústria de foguetes e mísseis;
  • em instalações de tubulações com revestimento térmico de asbesto;
  • em tampos de motor;
  • indústrias de caldeiras;
  • fornos e autoclaves;
  • indústria de freios de veículos e aviões;
  • na extração de amianto;
  • na fábrica de telhas e caixas d’água com fibrocimento. 

Quais são as enfermidades causadas pelo amianto? 

A exposição intensa ao asbesto pode causar um subtipo de fibrose pulmonar denominado asbestose. Ela se assemelha bastante à Fibrose Pulmonar Idiopática

Na pleura, epitélio que recobre os pulmões, são onde se concentram as principais doenças. Podem ocorrer placas pleurais, que são o acúmulo da estrutura de colágeno e asbesto de formas arredondadas e espalhadas pelo tórax.

Além delas, pode haver derrame pleural, em que deve ser avaliada se a causa é só da exposição ocupacional ou se é secundária a infecções e tumores.

Outra manifestação pleural é a atelectasia redonda, em que, a partir da pleura doente, há uma lesão cicatricial pulmonar em forma de espiral e deve ser reconhecida para não confundir com neoplasias. 

Além desses, a patologia mais temida é o mesotelioma. Trata-se de um tumor que se inicia na pleura e tem como consequência a invasão em órgãos vizinhos. As metástases são raras, mas trata-se de um tumor agressivo e de difícil controle. 

Mais importante que o câncer da pleura, é o próprio câncer de pulmão. Ele é muito mais prevalente e pode ser extremamente grave. 

Quais são os sintomas das doenças pulmonares causadas pelo amianto? 

Os sintomas da asbestose são a falta de ar relacionada ao exercício, tosse seca e eventualmente pode apresentar dor torácica. A redução da capacidade respiratória intensa pode gerar falta de oxigenação no sangue. Assim também, as pontas dos dedos e lábios podem ficar arroxeados. 

No caso de derrames pleurais, geralmente vêm acompanhados de sintomas de dores torácicas e sensação de peso no peito. Os derrames pleurais podem vir em forma de crise e ter remissão espontânea. A falta de ar pode estar presente, mas é menos frequente. As placas pleurais, porém, podem ocorrer de forma assintomática. 

No mesotelioma e no câncer de pulmão, ocorrem sintomas inespecíficos de tosse, dor torácica, emagrecimento e falta de ar. A falta de ar pode ocorrer tanto por encarceramento pulmonar pelo tumor, como pelo derrame pleural. Os sintomas relacionados à metástase à distância são mais comuns no câncer de pulmão. 

Qual o tratamento para as doenças pulmonares causadas pelo amianto? 

Uma vez instaladas as fibras de asbesto, não há uma forma de retirá-las do corpo. O que se pode realizar é vigilância para evitar que as doenças se manifestem e, se isso ocorrer, oferecer o melhor tratamento possível. 

Com relação às doenças pleurais, o principal ponto é descartar que outras enfermidades mais graves causem derrame pleural. Assim, podem ser realizados procedimentos invasivos para excluir tuberculose, pneumonia e câncer. Uma vez realizado o diagnóstico que o derrame pleural é somente do amianto, não há necessidade de tratamento adicional. 

Com relação à asbestose, podem ser prescritas a fisioterapia e a oxigenoterapia, além de realizar exames periódicos para avaliar se há estabilidade da doença. Não há evidência científica clara para usar antifibróticos nesta patologia, apesar de ser possível. 

O mesotelioma deve ser tratado através de cirurgia radical, radioterapia e quimioterapia, desde que o paciente esteja em boas condições clínicas e não haja previsão de efeitos colaterais graves para cada uma das etapas.

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