Pela primeira vez na história da pneumologia, em 2011, surgiram medicações antifibróticas, e essa foi a primeira gota de esperança para a Fibrose Pulmonar Idiopática. Nesse ano, foram publicados os resultados de drogas com alguma eficácia para essa doença.
Até então, nós pneumologistas passamos muitos anos utilizando medicações que não possuíam efetividade e nos restava observar a progressão da doença.
Quase uma década após, em 2019, outros desdobramentos desses estudos foram realizados e as drogas foram sendo aplicadas para outros subtipos de fibroses.
Neste blog, deixo as principais perguntas, respostas e curiosidades dessa classe de droga. Acompanhe:
O nintendanibe e a pirfenidona são duas medicações orais que são consideradas como antifibróticas para tratamento de fibroses pulmonares progressivas.
Do ponto de vista de eficácia, os estudos mostram que dentre essas duas medicações antifibróticas, ambas as drogas, Nintendanib e Pirfenidona são eficazes no tratamento para fibroses pulmonares.
Os desfechos avaliados são:
As drogas têm perfis de efeitos colaterais semelhantes.
Vale lembrar que, uma vez instalada a fibrose pulmonar, ela é irreversível e não tem cura.
As medicações antifibróticas têm como objetivo principal desacelerar o processo de cicatrização anômala.
Tanto o Nintendanib quanto a Pirfenidona inibem a formação de fibrose.
Em termos celulares, isso quer dizer que evitam a substituição de pulmão saudável pela formação de fibras de colágeno, especialmente o colágeno tipo I.
A diferença em cada droga se dá no mecanismo bioquímico em que isso ocorre.
Enquanto no uso do Nintendanib os efeitos mais importantes são a dor abdominal, diarreia e fadiga; para a Pirfenidona os sintomas são fadiga, lesões cutâneas e falta de apetite.
As reações cutâneas têm a característica de se apresentarem em áreas de exposição solar, como rosto e braços.
Os pacientes com indicação de uso de antifibróticos são pacientes com Fibrose Pulmonar Idiopática e com evidências de progressão de doenças.
As medicações antifibróticas podem ser utilizadas em outras doenças pulmonares fibrosantes e com manifestações de progressão, apesar de ter menos evidência científica.
Essas outras condições são pneumonite de hipersensibilidade, pneumonite intersticial relacionada a doenças autoimunes, entre outras.
Referências: