A gripe e o resfriado (não-COVID) são enfermidades que, na maioria dos casos, não passam por sintomas leves como: dor garganta, nariz entupido e escorrendo ou dor no corpo que duram alguns dias. Em casos mais exuberantes, chegam a dar febre e deixam a pessoa de cama.
Porém, existem, sim, alguns casos em que podem estar relacionados a uma pneumonia viral, com manifestação grave, à semelhança do que ocorreu na pandemia do novo Coronavírus. Estima-se que por mais de mil mortes em 2019 (pré-pandemia) sejam atribuídas a gripes e resfriados.
Dentro dos agentes mais comuns no Brasil, temos o SARS-Cov-2, adenovírus, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus e rinovírus. Porém, o mais importante deles após o Coronavírus, é o vírus Influenza e seus tipos e subtipos (Influenza B, Influenza A-H1N1 e Influenza A-H3N2).
A vacina para gripe funciona?
Sim, a vacina tem eficácia comprovada. Ela previne internações hospitalares em 37% e reduz o risco de morte entre 52-79%, principalmente nos mais idosos².
Fui vacinado no ano passado e mesmo assim fiquei resfriado. A vacina funciona mesmo?
Deve-se lembrar que a vacina para gripe tem cobertura para as principais cepas do vírus Influenza daquele inverno. Como a vacina é confeccionada com uma escolha de cepas que se estipula que farão parte do inverno, nem sempre essa estipulação está correta. Logo, há invernos em que a cobertura vacinal é baixa.
Além disso, a vacina confere cobertura para o vírus mais grave (depois do COVID) que causa pneumonia viral; o vírus Influenza. Assim sendo, é possível que a pessoa fique resfriada por outros vírus menos letais (adenovírus, rinovírus, etc).
Outra explicação é que há variação da resposta da vacina, ou seja, o número de anticorpos que se produz não é fixo. Ele varia de acordo com idade e comorbidades dos(as) pacientes.
Eu posso ficar resfriado pela própria inoculação do vírus na vacina?
Os estudos mostram que a vacina é segura e que esse evento é extremamente raro. Efeitos colaterais comuns são dores no local da injeção e dores no corpo, que melhoram dentro de 1-2 dias. Outros efeitos de alergias graves (anafilaxia) e com risco de morte são extremamente raros.
Quem deve ser vacinado?
Segundo o Calendário Vacinal do Ministério da Saúde, deve-se vacinar crianças entre 6 meses e 6 anos de idade e idosos acima de 60 anos. Pessoas entre 7 e 59 anos também devem ser vacinadas segundo os Grupos Prioritários3.
Porém, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) estado-unidense amplia essa indicação e orienta que todas as pessoas acima de 6 meses de idade devem ser vacinadas. Uma atenção deve ser dada a qual vacina deve ser aplicada de acordo com cada faixa etária e com comorbidades. Existem algumas que têm componentes de ovo, algumas com vírus recombinantes e outras com vírus vivos e atenuados.
Quem não pode ser vacinado?
Indivíduos que tenham alergias graves e com risco de vida, não devem ser vacinados.
Posso tomar a vacina para gripe no Posto? Quanto custa se eu tiver que pagar em clínicas particulares?
Sim, o SUS fornece a vacina para gripe trivalente nos Postos de Saúde sem custo adicional, com pedido médico. Em clínicas particulares, o valor da vacina gira em torno de R$140,00.
Curiosidades da Vacina
As cepas da vacina para gripe de cada inverno são selecionadas de acordo com proporção de cepas que ocorreram 6 meses atrás no hemisfério norte; basicamente América do Norte e Europa. Isso tem uma explicação simples: quando uma cepa circula no inverno do hemisfério norte (Dezembro-Janeiro-Fevereiro) tem um risco muito alto de circular no hemisfério sul também (Junho-Julho-Agosto).
Qual vacina devo escolher? A trivalente e quadrivalente?
A que tiver disponibilidade primeiro. Sim, a quadrivalente tem uma cobertura maior que a trivalente, mas o 4º elemento da vacina, geralmente, contribui por uma cobertura marginal frente aos outros 3 remanescentes. Em suma, é mais importante se vacinar logo nos primeiros meses do outono do que deixar para escolher uma vacina melhor no final do inverno.
Grupo Prioritários para vacinação de Influenza em 20213
– Grávidas e mulheres que tiveram filho há 45 dias
– Indígenas e quilombolas
– Pessoas com comorbidade ou deficiência permanente (doença cardíaca crônica, doença respiratória crônica, doença neurológica crônica, doença hepática crônica, portadores de trissomias, obesos, transplantados e imunossupressão).
– População privada de liberdade
– Adolescentes sob medidas socioeducativas
– Forças de segurança e salvamento e forças armadas
Bibliografia: