Denomina-se embolia pulmonar o fenômeno de oclusão dos vasos pulmonares por partículas que transitam no fluxo de sangue. Isso gera uma série de consequências. Uma delas é impedir que o sangue alcance os tecidos a partir do ponto de obstrução. Além disso, pode ocorrer aumento dramático da pressão dos vasos pulmonares e colapso do sistema circulatório.
Embora haja uma grande variedade entre os tipos de êmbolos (gordurosos, gasosos, amnióticos, etc.) a esmagadora maioria dos êmbolos são trombos. A doença causada por esse tipo de êmbolo no pulmão recebe o nome de tromboembolismo pulmonar.
O sangue tem a propriedade de se coagular e de se transformar em trombo através de uma série de estímulos. Em condições normais, quando ocorrem sangramentos (como um corte de pele simples), o sangue se coagula a fim de estancar o sangramento. Porém, em muitas condições anormais, o trombo se forma mesmo na ausência de sangramentos. Vamos descrever as principais aqui:
A maioria dos trombos não se formam no pulmão, mas sim em outras veias do corpo, geralmente veias profundas e calibrosas. Esse processo recebe o diagnóstico de Trombose Venosa Profunda (TVP). O principal local dessas tromboses são as pernas. Em algumas ocasiões, os trombos podem se desprender dessas veias e transitar até regiões em que o veias são pequenas e finas. Este é o momento em que ocorre a embolização. Por uma questão de anatomia, esse fenômeno ocorre preferencialmente no pulmão.
Os sintomas do TEP são variados. Algumas pessoas podem não sentir nada (assintomáticas), enquanto outras podem relatar sintomas mais sérios, como falta de ar, dor no peito, tosse com sangue e desmaios. Infelizmente, existem casos que são tão graves que ocorre colapso circulatório e morte súbita.
O exame utilizado para chegar ao diagnóstico de TEP é a Angiotomografia de Vasos Pulmonares, também apelidado pelos trabalhos científicos de “Protocolo TEP”. Porém, uma série de outros exames podem dar indícios do diagnóstico, como a radiografia de tórax e o eletrocardiograma. Vale citar, ainda que o exame Cintilografia Ventilação-Perfusão pode ser solicitado para substituir a tomografia, em algumas circunstâncias. A ultrassonografia com Doppler de membros inferiores pode ser útil para confirmar Tromboses Venosas Profundas em pernas, principal região de formação de trombos. Em caso de confirmar tal trombose, pode-se iniciar uma parte importante do tratamento que é a anticoagulação.
O exame de sangue que se chama D-dímero (ou dímero-D) é um exame que serve para ajudar os médicos a tomarem decisões. A depender do tipo de sintoma relatado, informações do exame físico, doenças prévias do paciente e do resultado do D-dímero, o médico pode tomar duas decisões: optar por não solicitar mais exames, uma vez que entende que a probabilidade de ter a doença é extremamente baixa; ou optar por prosseguir com outros exames, por acreditar que a probabilidade de ter a doença é considerável. Este exame não tem a capacidade de diagnosticar o TEP.
A base de tratamento da doença os anticoagulantes, medicações que são popularmente conhecidas por “afinarem o sangue”. Esses remédios evitam que novos êmbolos alcancem o pulmão. Via de regra, as medicações são mantidas por 6 meses, período que pode variar de acordo com cada pessoa. Quando o paciente já recebeu alta do hospital, as medicações são administras por via oral. Quando os pacientes estão internados, as medicações podem ser aplicadas por via subcutânea. Ainda há outra modalidade de medicamento que são endovenosos: os trombolíticos. Estes últimos são indicados quando a doença se manifestou de forma mais grave e que se deseja obter uma rápida reversão do quadro.
Os principais riscos de todas estas medicações são de causarem sangramentos. Alguns desses sangramentos cessam sozinhos, como pequenos sangramentos na gengiva e pequenas manchas de sangue pela pele. Infelizmente, alguns casos podem ter consequências muito graves, como sangramentos pelo intestino e no encéfalo.