A pneumoconiose é uma doença pulmonar causada por inalação de gases tóxicos, névoas nocivas ou partículas contaminantes suspensas no ar, oriundos do ambiente de trabalho.
Esses elementos danosos à saúde causam diferentes padrões de inflamação e reações pulmonares, que podem resultar em fenômenos de pneumonia inflamatória, broncoespasmo e cicatrizes pulmonares. O tempo de exposição, a quantidade de material inalado e o tempo em que ele permanece no organismo podem influenciar na gravidade de cada tipo de pneumoconiose.
Por isso, iremos abordar neste artigo, os subtipos mais graves de pneumoconioses, que são aquelas que causam fibrose pulmonar.
Separamos as principais perguntas dos pacientes e as curiosidades de cada entidade. Confira!
Existem três principais tipos de pneumoconiose, sendo elas: a silicose, asbestose e a beriliose.
A silicose é uma das enfermidades pulmonares causadas pela inalação da sílica, que geralmente é encontrada na forma de quartzo, tridimita e cristobalita. As principais atividades ocupacionais que podem ocasionar essa doença são: jateamento de areia, escavação de túneis e mineração.
Já a asbestose, é uma entidade causada pela inalação crônica de fibras de asbesto. A indústria utiliza minérios de asbesto pelas propriedades de resistência térmica, principalmente, como tubulações antitérmicas, revestimentos de fogões industriais e manuseio de telhas de fibrocimento.
Quando se trata da beriliose é uma patologia causada pela inalação de fumaças contendo berílio. As atividades mais comuns que levam a esse problema de saúde são o trabalho na indústria aeroespacial, eletroeletrônicos, armas nucleares e manufaturas de cerâmica. Esse elemento é utilizado por ser leve e ter alta resistência térmica.
Quando falamos de “idiopático”, na medicina, se refere a não ter causa conhecida, sem precursor inflamatório e nem infecciosos. Assim, a Fibrose Pulmonar Idiopática é uma enfermidade específica na pneumologia e tem, como base do tratamento, medicações antifibróticas.
Por outro lado, a causa das fibroses pulmonares por pneumoconioses são as partículas nocivas de cada substância, configurando entidades patológicas diferentes.
Os sintomas de pneumoconioses são tosse seca e falta de ar. Assim como a fibrose pulmonar, a falta de ar pode ser inicialmente leve com a realização de atividades físicas extenuantes, mas pode progredir para pequenos esforços do dia a dia, como para tomar banho.
Além disso, em casos avançados, pode haver falta de oxigenação adequada no sangue, em que os lábios e as pontas dos dedos ficam arroxeados. Nestes casos, frequentemente os pacientes sofrem de pneumonias e exacerbações respiratórias com necessidade de procurar o pronto-atendimento e passar por internações hospitalares.
Os exames para avaliação de pneumoconiose incluem tomografia de tórax e prova de função pulmonar.
A tomografia pode mostrar padrões de fibrose sugestivos dessas doenças, bem como achados adicionais de linfonodos mediastinais ou nódulos pulmonares. Já a prova de função fornece dados da gravidade da enfermidade e monitoramento da evolução da doença.
É imprescindível um bom histórico ocupacional, com detalhamento de que tipo de atividade laboral foi realizada, por quanto tempo o indivíduo foi exposto, se foi utilizado material de proteção individual e há quanto tempo deixou de trabalhar no local. A consulta com um especialista é fundamental neste ponto.
O tratamento de pneumoconiose começa na identificação da partícula nociva e o fim da exposição à mesma. Não há uma medicação específica para retirar o material industrial de dentro dos pulmões e nem remédio para evitar que a fibrose ocorra. O seguimento com o especialista visa monitorar as complicações como tuberculose, câncer de pulmão e artrite reumatoide.
Em algumas enfermidades, também podem-se utilizar medicações inalatórias broncodilatadores para alívio de sintomas de falta de ar e diminuir o risco de exacerbações respiratórias.
Além disso, para o tratamento geral de sintomas é sugerido fisioterapia respiratória, prescrição correta de suplementação de oxigênio , vacinação para Influenza e vacinação para pneumonia.
Quando se trata de pacientes jovens e com doenças graves, deve-se sempre considerar o transplante pulmonar. Ele se reserva para casos pulmonares terminais e sem expectativa de melhora com os tratamentos.
Como toda fibrose pulmonar, a perda progressiva da capacidade pulmonar acarreta a piora da falta de ar, aumento do número de exacerbações respiratórias, pneumonia e necessidade de visita ao Pronto-Atendimento com frequência.
Além disso, as pneumoconioses com padrão de fibrose aumentam o risco de câncer de pulmão e de algumas infecções, particularmente tuberculose pulmonar. De forma curiosa, a silicose aumenta o risco de desenvolver doenças autoimunes, como artrite reumatoide.
Referências bibliográficas:
Chong S, et al. Pneumo Pneumoconiosis: Comparison of Imaging and Pathologic Findings. RadioGraphics 2006; 26:59 –77 ● Published online 10.1148/rg.261055070