O que é a DPOC – doença pulmonar obstrutiva? Entenda como ela atinge o sistema respiratório!

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que é a DPOC – doença pulmonar obstrutiva? Entenda como ela atinge o sistema respiratório!

Com um impacto de cerca de 40 mil mortes por ano no país¹, o enfisema pulmonar ou também conhecida como doença pulmonar obstrutiva é uma das principais doenças de atuação do pneumologista. Mas também é um campo de forte atuação de gestores de saúde e da sociedade, uma vez que há muito a melhorar no combate ao tabagismo e, visto que este é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. 

A Lei Antifumo, que impede que pessoas fumem em ambientes fechados, a obrigatoriedade em colocar imagens de advertência em caixinhas de cigarro, o aumento de impostos sobre o cigarro e de preço são algumas vitórias que obtivemos para um desincentivo do consumo. Porém, também houve retrocesso, como a proliferação do uso de vaporizadores (vap) com substâncias potencialmente tóxicas, principalmente entre adolescentes e adultos (as) jovens. 

Veja a seguir como a doença pulmonar obstrutiva pode afetar o pulmão e outras áreas dos sistema respiratório:

 

O que é DPOC – doença pulmonar obstrutiva?

Conhecido popularmente como enfisema pulmonar, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é a principal doença pulmonar causada pelo fumo. Nela, ocorre destruição direta da menor unidade pulmonar, o alvéolo, e há uma consequente perda da elasticidade pulmonar. Em seguida, há uma série de eventos fisiopatológicos: diminuição do calibre dos brônquios, acúmulo de catarro, diminuição no número de alvéolos, aumento patológico do tamanho dos pulmões e aumento da força para respirar. 

 

Quais são os sintomas de um paciente com DPOC?

Os sintomas clássicos de um paciente com DPOC – doença pulmonar obstrutiva –  são tosse crônica e falta de ar. Esta última se caracteriza por ser desencadeada no exercício, como caminhadas, subir escada ou subir uma ladeira. Em casos avançados, pode haver falta de ar mesmo sem se mexer, como ficar sentado numa poltrona e sinais indiretos de oxigenação baixa no sangue, como lábios roxos e pontas dos dedos roxas. Há casos leves, também, em que há chiado no peito eventual, ou que são diagnosticados em exames de check-up, sem quaisquer sintomas. 

Outro marco importante para a DPOC é a exacerbação respiratória. Trata-se de um fenômeno de piora importante dos sintomas de tosse, chiado no peito e falta de ar, que se instala em alguns dias e que podem durar de 5 a 10 dias. Em casos graves, pode levar o paciente a procura de um pronto-atendimento e a internações hospitalares. 

Os sintomas de DPOC se confundem com outras patologias, como: asma, insuficiência cardíaca, anemia, distúrbios da tireoide, insuficiência renal e hepática, entre outros. Um médico é capaz de tratar corretamente cada condição. 

 

Quais são os exames que um (a) médico(a) solicita para chegar ao diagnóstico de DPOC?

Os exames principais para o diagnóstico de enfisema pulmonar é a prova de função pulmonar (espirometria) e também um exame de imagem, como radiografia de tórax e tomografía de tórax. Na prova de função, procura-se se um paciente tem um distúrbio ventilatório obstrutivo, na grande maioria dos casos. 

Na tomografia de tórax, procura-se por áreas de enfisema pulmonar, espessamento brônquicos e aprisionamento aéreo; marcos dos achados tomográficos para a patologia em questão. 

Vale lembrar que, muitas vezes, o médico solicita exames para avaliar outras doenças que se apresentam com falta de ar e tosse como também para o diagnóstico de doenças relacionadas ao tabagismo. 

Logo, para investigação de infarto, pode-se solicitar ecocardiograma, eletrocardiograma e exames de sangue. Com a finalidade de rastreamento de câncer de pulmão, solicita-se tomografia de tórax. Para avaliação de falta de ar, comumente solicita-se exames de sangue para excluir anemia, alterações da tireoide e dos rins, por exemplo. 

 

Qual é o tratamento para a doença pulmonar obstrutiva?

O tratamento mais importante para o enfisema pulmonar é parar de fumar. Todos os esforços devem ser somados para este fim. A cessação de tabagismo é um dos únicos tratamentos eficazes que reduzem o risco de morte por DPOC. 

Em seguida, o tratamento de base do enfisema pulmonar são os broncodilatadores. Preferencialmente, essas drogas são administradas por forma inalatórias, através de dispositivos inalatórios (conhecidos como “bombinhas”). Em casos especiais, pode-se prescrever medicações em forma de comprimido. 

Outro tratamento eficaz para DPOC são a vacinação e reabilitação cardiorrespiratória (fisioterapia). Em casos selecionados, pode-se realizar uma cirurgia pulmonar para retirada de pontos específicos de enfisema. É de vital importância tratar as doenças associadas ao tabagismo, como ansiedade e depressão, hipertensão arterial, doenças cardíacas, osteoporose, dentre outros. 

 

Qual o risco de DPOC? Isso é grave? Eu ou o meu (minha) familiar iremos morrer?

O risco de morrer por DPOC já tentou ser previsto por uma série de artifícios matemáticos, mas são pouco acurados. Isso se deve porque a doença é muito heterogênea e os pacientes são únicos. De qualquer forma, alguns fatores de risco de desfechos piores são: não parar de fumar; pessoas muito magras; falta de ar para pequenos esforços, como tomar banho; pessoas com necessidade de suplementação de oxigênio; função respiratória ruim à espirometria/prova de função pulmonar e exacerbações respiratórias frequentes² 




Bibliografia:

  1. Disponível em www.inca.gov.br 
  2. Bartolome RC et al. The Body-Mass Index, Airflow Obstruction, Dyspnea, and Exercise Capacity Index in Chronic Obstructive Pulmonary Disease. N Engl J Med 2004

 

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